É possível, sim! Nas redes sociais surgiram recentemente um rol de comentários a propósito de…
Porto vintage, versão 2018
Confirmações e uma surpresa
Estão agora a chegar ao fim as aprovações de lotes para Porto vintage pela Câmara de Provadores do Instituto dos Vinhos do Douro e Porto (IVDP). Segue-se assim o procedimento obrigatório para todos os operadores, uma vez que sem aquela aprovação nenhum produtor (grande ou pequeno) pode declarar o seu vinho como vintage. Com o sim do IVDP o vinho terá de ser engarrafado até ao final de 2021, cumprindo-se a obrigação de engarrafar entre o 2º e 3º anos após a colheita. Depois do enorme sucesso que foi a declaração do 2017 em que houve 127 aprovações pelo IVDP (o que constitui um record), era de esperar que poucas empresas voltassem este ano a declarar, como vintage, o 2018. Como curiosidade diga-se que em 2016 tinha havido 107 aprovações e, em 2015, 76 lotes aprovados. Na tradição inglesa os vintages dividem-se em duas famílias: os clássicos (nos melhores anos, como o 2017) e os single quinta, nos outros anos. É isso que irá provavelmente acontecer este ano. Digo provavelmente porque o grupo Taylor/Fonseca/Croft mantém a tradição de só fazer essa comunicação no dia 23 de Abril, dia de S. Jorge. A família Symington já se adiantou e só vai declarar vintage da quinta do Vesúvio e quinta Senhora da Ribeira. Das marcas Graham’s, Dow’s e Warre irá declarar segundas marcas mas ficarão em estágio “em casa” e serão comercializados mais tarde. Desses vinhos de colheitas anteriores “estagiados em casa”, estão agora no mercado o Malvedos (Graham) 2006, quinta do Bomfim (Dow’s) 2008, e quinta da Cavadinha (Warre) 2004, esperando-se novas colheitas até finais do ano. São sempre vinhos com um preço bem mais acessível, neste caso entre os €25 e €40. Confirmámos também que a Niepoort não irá declarar 2018, a Ramos Pinto irá comercializar um Quinta do Bom Retiro, a Poças irá lançar uma pequena edição do vintage 18 comemorativa dos 100 anos da casa, a Barão de Vilar irá lançar três vintages, um deles orgânico, sob o nome Maynard’s e Barão de Vilar. Já o grupo Porto Cruz irá comercializar também três vintages – Dalva, Cruz e Quinta do Ventozelo – e na Sogevinus teremos quatro vinhos: Kopke quinta de S. Luiz, Burmester quinta de Arnoselo, Cálem e Barros. À data em que escrevemos, a quinta do Noval ainda não tinha comunicado a sua decisão. Surpresa mesmo foi a Sogrape que, ao contrário de 2017, declarou os 2018 como se de um clássico se tratasse, como Sandeman, Offley e Ferreira. Luis Sottomayor, enólogo da empresa, confirmou que estes 18 têm uma estrutura e um vigor que não encontrou em 2017 e por isso não hesitou em ir contra a corrente, tendo sacrificado o 17 e declarando agora o 18 como vintage de grande nível. No conjunto teremos menos vintages, e não estamos aqui a contabilizar os pequenos produtores, mas seguramente teremos vinhos de grande qualidade. Serão comercializados no Outono. Para já tudo está parado, ninguém mostra nada, ninguém dá nada a provar. Vamos aguardar que, haja esperança, melhores dias virão.
Sugestões da semana:
(Os preços, meramente indicativos, correspondem a preços de mercado)
Alicante Branco Chão dos Eremitas branco 2018
Região: Reg. Alentejano
Produtor: Fita Preta
Casta: Alicante Branco
Enologia: António Maçanita/Sandra Sárria
PVP: €25
A casta é também conhecida como Boal Cachudo e Boal Alicante. Já nos anos 70 existia no Ribatejo um varietal desta casta. Parcialmente vinificado em barricas velhas. 12 meses de estágio sobre as borras finas. 1955 garrafas produzidas.
Dica: aroma de fruta madura, contido e tenso, leve nota evolutiva, a tirar o branco da caixa. Um branco curioso de uma antiga casta hoje esquecida.
Roquette & Cazes tinto 2017
Região: Douro
Produtor: Roquette & Cazes
Casta: Touriga Nacional, Touriga Franca e Tinta Roriz
Enologia: Manuel Lobo/Daniel Llose
PVP: €20
A família Cazes é produtora de vinhos em Bordéus. Este tinto teve a primeira edição em 2006. Estagiou 18 meses em barrica. Apenas se produziram 3000 garrafas.
Dica: grande aroma, rico e profundo, estrutura muito bem composta, um tinto para agora e para o futuro.
Villa Alvor Alicante Bouschet tinto 2018
Região: Reg. Algarve
Produtor: Aveleda
Casta: Alicante Bouschet
Enologia: Manuel Soares
PVP: €11,99
Tem origem na nova propriedade da empresa no Algarve. Solos calcários, clima ameno. Tem boa concentração de cor mas sem ser opaco.
Dica: aposta na elegância com boa estrutura de taninos e acidez. Bom companheiro da mesa.
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