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Surpresas em terra de Verdes

Muitos espumantes à nossa espera

A região dos Vinhos Verdes tem uma aptidão natural para a produção de espumantes. Esse mérito advém do clima e das castas que ali são mais usadas. De facto, ao gerar vinhos de baixa graduação e muita acidez, a região tem todas as condições para fazer espumantes, uma vez que aquelas são duas das principais características que o vinho tem de ter para ser espumantizado. Foi assim sem surpresa que, a partir dos finais dos anos 90, começámos a conhecer alguns espumantes de Vinho Verde feitos pelo método clássico – segunda fermentação na garrafa – e ficámos também a perceber que castas como a Loureiro e a Alvarinho recolhiam grande aplauso por parte dos produtores. Os grandes vinificadores da região, como adegas cooperativas (Monção, Ponte de Lima e Ponte da Barca) e grandes empresas (PROVAM e Quintas de Melgaço) entraram assim neste novo negócio e os resultados são bem evidentes: mais de 100 vinhos diferentes são possíveis de ser encontrados à venda. Esta aparente expansão tem um lado menos brilhante: muitos dos vinhos espumantes correspondem a produções muito limitadas, os pequenos produtores encaram-no como um complemento de portefólio mas muitos não chegam a entrar no circuito comercial: são disponibilizados à porta da adega ou, como pudemos constatar em Monção, são vendidos na feira do vinho, verdadeiro momento de festa da terra em que muitos produtores fazem ali dinheiro que “já paga a vindima”, como vários no disseram. As zonas de Monção e Melgaço são dominadas pela casta Alvarinho, responsável por alguns dos grandes brancos portugueses e agora também muito usada na produção de espumantes. Para além desta, encontramos nas zonas de Braga e Ponte de Lima muito espumante feito com a casta Loureiro e, ainda que timidamente, com a Avesso nas zonas de Baião. Este tipo de vinho tem múltiplos momentos de consumo e os apreciadores há muito que já o usam como bebida de saudação quando chegam os convivas ou mesmo como vinho que, à mesa, pode na perfeição acompanhar entradas, pratos de peixe, de carne ou mesmo sobremesas. O consumo apenas exige uma temperatura correcta de serviço, que é sempre baixa na casa dos 6º e copos de boa qualidade. Neste aspecto específico os hábitos estão a mudar e, para servir à mesa, cada vez se usam mais copos idênticos aos de branco em detrimento das tradicionais flutes. Consegue-se assim usufruir dos aromas do vinho e por isso há que procurar tirar o melhor partido da bebida das bolhinhas. Já no que respeita ao arrefecimento do vinho pode acelerar o processo se no balde com água e gelo onde está a garrafa se colocar uma boa mão cheia de sal de cozinha. Depois vá mexendo o conteúdo do balde e vai ver que o gelo derrete muito mais depressa e por via disso o espumante arrefecerá mais rapidamente. Depois…deixe-se levar pelo prazer da descoberta e vai ver que há um novo mundo na região dos Vinhos Verdes.

Sugestões da semana:
(Os preços foram fornecidos pelos produtores)

Espumante Quinta de Santiago Reserva Bruto branco 2015
Região: Vinho Verde Monção e Melgaço
Produtor: Quinta de Santiago
Enologia: José Domingues
Casta: Alvarinho
PVP: €16
Produzido na zona de Monção, em média 3500 garrafas.
Dica: muito equilibrado, especialmente indicado para acompanhar canapés no início da refeição.

Espumante João Portugal Ramos Reserva Bruto branco 2014
Região: Vinho Verde Monção e Melgaço
Produtor: João Portugal Ramos Vinhos
Enologia: Antonina Barbosa
Casta: Alvarinho
PVP: €19,99
A produção ronda as 6 000 garrafas. Trata-se de um Bruto natural, ou seja, sem qualquer adição de açúcar.
Dica: com este perfil mais seco é especialmente indicado para marisco cozido ou peixe cru (sashimi).

Espumante Miogo Reserva Bruto branco 2011
Região: Vinho Verde
Produtor: Manuel Carvalho Lima/Vinhos Norte
Enologia: Guilherme Pereira
Castas: Loureiro e Arinto
PVP: €12,50
Produção de 10 000 litros. Foi das primeiras marcas de espumante da região, tendo-se iniciado a produção em 1999, na zona de Guimarães.
Dica: muito harmonioso a sugerir que será perfeito companheiro para pratos de peixe grelhado ou pouco cozinhado.

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